Os efeitos psicológicos da dor orofacial e disfunção temporomandibular (DTM): estratégias e tratamento.
As disfunções temporomandibulares têm etiologia multifatorial, relacionada com inúmeros fatores, incluindo os problemas psicológicos.
Nos dias de hoje, um dos temas mais debatidos envolve questões relacionadas com a saúde mental e como a mesma pode afetar a qualidade de vida das pessoas. E isso não é diferente quando pensamos na dor orofacial e DTM, pois a mente influencia o funcionamento do corpo humano. Quando um paciente apresenta ansiedade, stress e/ou depressão, estes podem refletir-se em apertamento dentário com consequentes tensões musculares que levam a uma sobrecarga das articulações.

É por isso que uma das abordagens mais utilizadas pelos profissionais de saúde especializados na área da dor orofacial e disfunção temporomandibular é a educação em saúde. É importante entender o dia-a-dia do doente, saber qual sua profissão, os seus hábitos, para que o profissional adote estratégias que ajudem o doente a diminuir a hiperatividade muscular, a sobrecarga das articulações e, desta forma, se consigam reduzir também os impactos ao nível da ansiedade, dos pensamentos e consecutivos comportamentos que, invariavelmente, se refletirão na qualidade de vida dos doentes.
Outra situação, importante para os especialistas desta área é o ciclo da dor que desencadeia mudanças de comportamento, ou seja, doentes com manifestações de dor orofaciais e disfunção temporomandibular que podem apresentar fobia do movimento para evitarem a dor, optando por manter-se em repouso e não realizar as funções do sistema estomatognático. Ao fazerem esta escolha, não efetuam a lubrificação endógena (que o próprio corpo produz) da articulação temporomandibular e prejudicam o funcionamento fisiológico desta articulação, levando a um compromisso da biomecânica articular e de possíveis dores resultantes de inflamações intra-articulares ou mesmo de contraturas intensas na musculatura mastigatória. Este ciclo vicioso de dor, muitas vezes não compreendida pelas famílias e profissionais e por isso desvalorizada, degrada muito a estado mental dos doentes, sendo por isso essencial tratar a dor e a função para melhorar o estado mental.