Dor orofacial num jovem com disfunção temporomandibular - caso GFGPM
Em setembro de 2019, conheci o paciente GFGPM, que vinha acompanhado com a sua mãe, médica. O paciente referia que em setembro de 2018 começou com estalidos na articulação temporomandibular (ATM) direita que depois evolui para o lado esquerdo, melhorou espontaneamente até que em novembro voltou a ter estalidos acompanhados de dor intensa (6/10). O paciente já tinha realizado tratamento ortodôntico com máscara facial entre 2013 e 2015 para corrigir o prognatismo.
Na avaliação clínica, apresentava uma abertura de boca muito limitada (24mm), dor nos músculos mastigatórios (mialgia) e dor na palpação das articulações temporomandibulares (artralgia). Pedi uma ressonância magnética da ATM que confirmou existir patologia intra-articular (derrame com deslocamento do disco sem redução da articulação temporomandibular direita e deslocamento do disco com redução da articulação temporomandibular esquerda). A minha proposta foi realizar uma artroscopia das articulações temporomandibular, que a família aceitou. Operei o doente no dia 20.01.2020.
Atualmente, quase 4 anos pós cirurgia o doente continua muito bem e feliz com o tratamento. Na última consulta de rotina não apresentava queixas, com uma abertura de boca de 49mm.
Tem hoje 21 anos e está a terminar o curso de gestão. O seu percurso é o testemunho de como uma intervenção minimamente invasiva pode aumentar a qualidade de vida dos pacientes. Nada me deixa mais feliz que saber que pude ajudar este jovem a ter uma vida sem dores.